Gaeco apura desvio de R$ 18 milhões em operação contra fraudes em cooperativa
Operação Proteus cumpre mandados de busca e impõe medidas cautelares a dirigentes da cooperativa

O Ministério Público do Paraná, por meio do Núcleo de Londrina do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), deflagrou nesta quarta-feira (23) a Operação Proteus, com o cumprimento de nove mandados de busca e apreensão e 22 mandados de imposição de medidas cautelares diversas da prisão. A ação investiga supostas práticas de apropriação indébita, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro por membros da cúpula diretiva da Cooperativa Agroindustrial de Londrina (Cativa).
As investigações tiveram início a partir de denúncias recebidas pela Coordenação Estadual do Gaeco, que apontavam possíveis desvios de recursos provenientes da venda de parte da Confepar Agro-Industrial Cooperativa Central — integrante do Grupo Cativa — à multinacional francesa Lactalis.
Segundo o Gaeco, o presidente da Cativa, o gerente administrativo-financeiro e um conselheiro administrativo teriam se apropriado de valores superiores a R$ 18 milhões, prejudicando cerca de 10 mil cooperados. O esquema teria sido operado com a criação de empresas de fachada em nome de laranjas, utilizadas para emitir notas fiscais falsas por supostos serviços de agenciamento e corretagem que nunca foram prestados.
A operação também investiga pagamentos suspeitos a membros efetivos e suplentes dos conselhos Fiscal e Administrativo da cooperativa, que teriam recebido valores próximos de R$ 100 mil cada pela aprovação das contas.
Durante as diligências, o Gaeco identificou aquisições de imóveis rurais, urbanos e veículos de luxo logo após os desvios. O Juízo da 2ª Vara Criminal de Londrina determinou o sequestro de cerca de R$ 20 milhões, além de 19 imóveis, dez créditos imobiliários relacionados à compra de imóveis na planta e dez veículos automotores em nome dos investigados.
Também foram impostas medidas cautelares como monitoramento eletrônico, comparecimento periódico em juízo, proibição de contato com testemunhas e outros investigados, restrição de acesso às dependências da cooperativa e suspensão das atividades dos investigados na Cativa e na Confepar, incluindo todas as filiais e empresas coligadas.
O Gaeco continua aprofundando as investigações para apurar a totalidade do prejuízo causado e a eventual participação de outros envolvidos no esquema. A operação foi batizada de "Proteus", em referência à figura mitológica conhecida por sua habilidade de mudar de forma — uma alusão às estratégias usadas para ocultar a origem dos recursos desviados.
Redação MegaZine
FONTE/CRÉDITOS: Megazine News com informações do Ministério Público do Paraná
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